Nos últimos dias, boletins de ocorrências elaborados por policiais militares durante a Operação Escudo na Baixada Santista apresentam narrativas que ecoam a fase anterior da ação, que resultou em 28 mortos entre julho e setembro de 2023. Na ocasião, a morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, desencadeou uma série de eventos que levaram a confrontos com criminosos na região.
Agora, após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, a situação se repete com atos de violência que resultaram em sete mortes em Santos e São Vicente entre os dias 3 e 4 de fevereiro. Neste cenário, os relatos dos policiais indicam que as mortes ocorreram em situações de legítima defesa, alegando que atiraram somente após serem alvos de tiros ou de ameaça de tiros durante o patrulhamento.
Escudo, nome dado pelo governo Tarcísio de Freitas para a ação de restabelecimento da ordem após ataques a policiais, tem gerado repercussão devido às mortes durante as operações. Na última ação, o morador Rodnei da Silva Souza, de 25 anos, foi morto após alegado confronto com a Rota. Os policiais afirmam que ele apontou uma arma para eles, resultando em um confronto que terminou com a morte do suspeito.
A situação se repete em outros boletins de ocorrência, como o relato da morte por resistência do catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos. Na versão dos policiais, Silva teria atirado neles, resultando em um confronto que terminou com a morte do suspeito. No entanto, vizinhos e familiares negam qualquer envolvimento do catador com crimes, e clamam por justiça.
As mortes durante a Operação Escudo refletem a tensão entre policiais e criminosos na região, após ataques a agentes da Rota e um histórico de confrontos e mortes recentes. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que a região tem sido palco de embates entre policiais e criminosos, resultando em baixas para ambas as partes.
Diante disso, a Secretaria da Segurança Pública reforça que todos os casos de mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigados, encaminhados para análise do Ministério Público e julgados pelo Poder Judiciário. O embate entre autoridades e familiares das vítimas revela a complexidade e sensibilidade do tema, que exige um debate amplo e transparente para garantir a segurança e a justiça para todos os envolvidos.