A gestão mais eficiente da hidrovia, que é administrada pelo Departamento Hidroviário (vinculado à Semil), aliada à crescente movimentação da soja, foi o principal fator responsável pelo índice expressivo. De janeiro a junho de 2023, a hidrovia já havia batido o recorde de aumento de 76% na movimentação fluvial de cargas.
Com 2,4 mil quilômetros navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná é essencial para o transporte da produção agrícola e possui 30 terminais intermodais para carga e descarga de produtos, conectando os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. No trecho paulista, são 800 quilômetros, com 14 terminais intermodais associados a 9 barragens, 10 eclusas e 23 pontes em sua estrutura.
Das commodities mais transportadas, a soja representou 41% das cargas, equivalente a 990 mil toneladas do grão. Em segundo lugar aparece o milho, com 682 mil toneladas, e em terceiro, a cana-de-açúcar e derivados, com 584,4 mil toneladas. O transporte de passageiros registrou mais de 85 mil pessoas.
Para expandir ainda mais o papel da hidrovia no escoamento da produção, o governo de São Paulo tem atuado ativamente. Um exemplo é a obra de aprofundamento do canal de Nova Avanhandava, um projeto antigo retomado em março, cuja primeira explosão ocorreu em fins de agosto. A obra, que consiste na remoção de rochas para aumento do calado no canal, permitirá a navegabilidade na hidrovia mesmo em períodos de estiagem.
A previsão é de que até abril de 2026 o trecho de Nova Avanhandava esteja completamente ampliado, com um investimento de R$ 293,7 milhões. Além disso, a ampliação permitirá maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, resultando em um fluxo mais contínuo de cargas movimentadas sem conflitos entre navegação e geração de energia, garantindo assim a produtividade.
Para a diretora do Departamento Hidroviário (DH), Jamille Consulin, a obra é resultado de investimentos em infraestrutura que repercutem na economia do Estado, sem o aumento significativo de poluentes, já que o modal é de baixo impacto ambiental em comparação à movimentação de cargas nos eixos rodoviários. Como exemplo, seriam necessárias 43 carretas de 35 toneladas cada para levar o mesmo volume que cada embarcação do tipo ‘chata’ é capaz de transportar de uma única vez. A Hidrovia Tietê-Paraná demonstra seu potencial como uma importante rota para o transporte de cargas, revelando um setor em crescimento e em constante evolução.