São Paulo decreta estado de emergência contra dengue e anuncia repasse de R$ 200 milhões aos municípios.

O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira, 6, a criação de um Centro de Operações de Emergências (COE) para combater o mosquito Aedes aegypti, em resposta ao que as autoridades chamaram de uma “antecipação” da temporada de dengue no Estado. De acordo com os dados apresentados, houve um aumento de 60% nos casos prováveis da doença nas cinco primeiras semanas de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.

A medida inicial do Centro será o repasse imediato de R$ 200 milhões do tesouro estadual aos municípios, conforme anunciado por Felicio Ramuth, governador em exercício. De forma inédita, a Defesa Civil também estará envolvida nesse combate, agindo como braço operacional da Saúde.

“Hoje, a dengue é o maior problema de saúde pública que temos no Estado de São Paulo”, afirmou Eleuses Paiva, secretário de Saúde. Ele ressaltou que o COE realizará um trabalho de monitoramento 24 horas por dia, visando compreender o comportamento da doença no Estado e adotar as melhores medidas. O Centro reúne oito secretarias e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde.

Até a quinta semana epidemiológica, o Estado de São Paulo registrou mais de 55,6 mil notificações de casos prováveis de dengue. Desses, 29.386 foram confirmados, em comparação com 19.094 do mesmo período do ano passado. Quatro óbitos relacionados à dengue foram confirmados no Estado, um número menor do que no ano anterior, o que as autoridades atribuem ao melhor preparo das equipes de saúde.

Segundo Eleuses Paiva, o Estado não está em estado epidêmico, registrando uma incidência de 67 casos para cada 100 mil habitantes, longe do mínimo considerado de 300 para uma situação epidêmica. No entanto, ele alertou que alguns municípios já atingiram esse número e destacou a preocupação com as áreas de fronteira com outros Estados.

As autoridades reconheceram a incerteza em relação ao aumento de casos de dengue nas próximas semanas epidemiológicas, especialmente devido a fatores ambientais como chuvas intensas, calor e o período do Carnaval, que podem contribuir para o aumento significativo de casos.

Além das ações de combate ao mosquito, as autoridades ressaltaram a importância da colaboração da população, já que a maioria dos criadouros do mosquito está dentro das casas das pessoas. Também foi mencionada a necessidade de conscientização e educação, com a participação das escolas, e o apelo para que os munícipes paulistas permitam a entrada dos agentes de vigilância em suas residências.

O governo também anunciou um aporte ao Instituto Adolfo Lutz para aumentar a automação dos processos. Segundo Eleuses Paiva, a ideia é que os exames fiquem prontos entre 48 e 72 horas, em comparação com os cinco a 10 dias atuais. Também foi mencionada a distribuição da vacina contra a dengue Qdenga em treze cidades do Estado de São Paulo, embora as doses ainda não tenham sido recebidas pelos municípios.

O anúncio do COE e das medidas de combate à dengue no Estado de São Paulo reflete a preocupação das autoridades em relação ao aumento significativo de casos da doença e a necessidade de uma resposta eficaz para mitigar essa situação. A participação ativa da população e a integração de diferentes setores do governo e instituições de saúde são fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde pública.

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