O desfile do Homem da Meia-Noite é um evento aguardado e apreciado por milhares de foliões, comemorado nas ruas do largo do Bonsucesso, um dos pontos centrais do carnaval de Olinda. O clima de expectativa toma conta do local horas antes da saída do boneco da sua sede, que fica em frente à histórica Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
A ansiedade cresce à medida que se aproxima a meia-noite e, assim que o relógio marca a virada do sábado para o domingo de Carnaval, a euforia toma conta do público com o início do cortejo, marcado por fogos de artifício.
Neste ano, o Homem da Meia-Noite prestará homenagens ao cantor Marron Brasileiro, responsável pela contagem regressiva para o desfile, e ao Caboclinho 7 Flechas, que desde 1971 representa as tradições indígenas na folia. O Caboclinho será apresentado na praça do Rosário antes do desfile.
A cada ano, a roupa do Homem da Meia-Noite é cercada de mistério, mantendo as cores tradicionais do calunga, o verde e o branco, mas com detalhes renovados. O presidente do clube, Luiz Adolpho, afirma que a tradição precisa se unir à modernidade, adaptando-se às mudanças naturais.
Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2006, o Homem da Meia-Noite teve sua primeira aparição em 1932 com um estandarte, evoluindo para um desfile com boneco gigante em 1949. Após algumas interrupções por questões financeiras, o desfile retornou em 1954, com apoio da Prefeitura de Olinda, mantendo-se como uma tradição marcante do carnaval pernambucano.
A responsável pela confecção do traje deste ano é a estilista Dayana Molina, que antecipa que o traje não terá características diretas dos indígenas, buscando desmistificar estereótipos.
O Homem da Meia-Noite mobiliza cerca de 500 pessoas, entre seguranças, carregadores, passistas, integrantes de orquestras, cantores e membros do clube. O planejamento para o desfile começa com antecedência, com os temas para os próximos anos já definidos.
Para ajudar na arrecadação, a organização lançou uma camisa oficial para o Carnaval 2024, disponível na sede do clube e no Shopping Patteo, em Olinda. Todos os detalhes e preparativos para o desfile visam promover uma celebração marcante e respeitosa aos indígenas, enaltecendo suas contribuições para a cultura do Carnaval pernambucano.