Segundo a ONG, três principais fatores podem ter motivado o aumento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil. Primeiramente, as demissões em massa realizadas pelas grandes empresas de tecnologia, que afetaram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas. Além disso, a proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes e o uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo também contribuíram para o aumento das denúncias.
Além das denúncias de abuso e exploração sexual infantil, outras violações de direitos humanos e crimes de ódio na internet também atingiram um recorde em 2023. A Safernet recebeu um total de 101.313 queixas, incluindo crimes de xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, racismo, LGBTfobia, e misoginia. Em comparação com o recorde anterior, registrado em 2008, houve um aumento significativo nas denúncias.
Entre os crimes de ódio praticados na internet, houve um aumento de 252,25% nas denúncias de xenofobia e de 29,97% de intolerância religiosa em relação a 2022. A ONG aponta que o crescimento dessas queixas está relacionado à guerra na Faixa de Gaza, na Palestina, no Oriente Médio.
Por outro lado, houve queda no número de denúncias de racismo, LGBTfobia e misoginia em 2023 em comparação com 2022. A Safernet explica que essa redução já era esperada, uma vez que essas denúncias tendem a aumentar em anos eleitorais, comportamento observado em 2018, 2020 e 2022.