A comissão proposta por Nunes tem como alvo as organizações que atuam na região da cracolândia, visando também a atuação do padre Júlio Lancellotti. O vereador Rubinho conseguiu reunir a quantidade necessária de assinaturas para solicitar a instauração da CPI, porém a abertura oficial da comissão precisa ser confirmada pelo plenário.
Durante a reunião de líderes, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, do partido União Brasil, ressaltou que o adiamento do debate se deu em razão de denúncias de teor sexual contra Lancellotti, as quais o padre nega veementemente. Ele afirmou ter tomado providências diante das denúncias, encaminhando o caso para o Ministério Público e para a Arquidiocese.
Rubinho Nunes, por sua vez, reiterou ter reunido denúncias em seu gabinete e se comprometeu a apresentá-las para justificar a necessidade da CPI. No entanto, a discussão sobre a CPI das ONGs foi adiada, levando em consideração a existência de outros 45 novos pedidos de CPIs na Câmara.
A Câmara Municipal de São Paulo já conta com três CPIs em andamento, focadas nos temas Enel, Violência contra Mulher e Furtos de Fios e Cabos. Na reunião de líderes, vereadores contrários à CPI das ONGs expressaram a opinião de que o verdadeiro foco da comissão era a atuação do padre Júlio, levantando críticas sobre a possível vinculação da CPI a interesses pessoais.
A polêmica em torno da atuação do padre Júlio Lancellotti ganhou ainda mais destaque quando a Arquidiocese de São Paulo afirmou ter tomado conhecimento de um “suposto novo fato de abuso sexual” envolvendo o padre e decidiu abrir uma investigação para buscar esclarecimentos sobre o caso.
Diante desse impasse, a discussão sobre a instauração da CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo promete se estender, gerando debates acalorados e divergências de opiniões entre os vereadores e líderes partidários. Este é mais um capítulo em meio a um cenário político repleto de controvérsias e impasses no coração da maior cidade do país.