A ação do Grupo Silvio Santos foi admitida e, em nota, afirmaram que buscavam apenas reparar o estado original do imóvel do Teatro Oficina, com base em uma discussão jurídica que reconheceu que a escada em questão nunca fez parte do tombamento do local. A decisão judicial favorável teria respaldado as ações do grupo, embora a responsabilidade pelo reparo deveria ter sido da outra parte.
Os integrantes do Teatro Oficina denunciaram que os funcionários chegaram ao local por volta das 7h da manhã e ergueram um muro, bloqueando a passagem dos Arcos. Vale ressaltar que o Teatro Oficina é tombado como patrimônio histórico e cultural, o que implica que qualquer alteração em sua arquitetura deve ser previamente autorizada pelos órgãos responsáveis por sua preservação.
A equipe de reportagem do jornal Folha de S.Paulo esteve presente no local no fim da manhã e testemunhou os funcionários finalizando o serviço de emparedamento, além de retirarem uma escada azul de metal que ligava os arcos ao terreno. Entretanto, os funcionários se recusaram a falar com a reportagem.
A poetisa e dramaturga Cafira Zoé, ligada à associação do Teatro Oficina, afirmou em entrevista à Folha que o Grupo Silvio Santos alegou invasão do terreno por parte do teatro, devido à presença da escada, como justificativa para o pedido de reintegração de posse. No entanto, ela ressaltou que não houve nenhuma decisão judicial a respeito desse pedido e que as ações do grupo são ilegais, pois implicaram em alterações na arquitetura do teatro, tombado pelo Iphan desde 2010.
O Teatro Oficina, um projeto da renomada arquiteta Lina Bo Bardi, travou uma longa batalha para obter uma saída lateral para o terreno vizinho, onde o Grupo Silvio Santos planejava construir um conjunto de prédios. Essa disputa entre os dois grupos tem se arrastado ao longo dos anos e continua gerando conflitos e desentendimentos. Resta aguardar qual será o desfecho legal e judicial desse embate, que envolve interesses artísticos, culturais e imobiliários de grande importância.