De acordo com a Marinha, as informações recebidas serão cuidadosamente analisadas e as ações necessárias serão tomadas como medida preventiva. A Força também ressaltou que todas as informações e denúncias sobre poluição ambiental serão investigadas em colaboração com outros órgãos competentes.
O documento do Ibama foi enviado à Marinha na última sexta-feira e requeria a verificação da presença de embarcações na área onde supostamente teria ocorrido o vazamento. A área em questão está localizada fora da Zona Econômica Exclusiva, que é a faixa sobre a qual o Brasil exerce soberania.
A Marinha demonstrou que fiscaliza regularmente o tráfego aquaviário nas águas jurisdicionais brasileiras, conhecido como Amazônia Azul, com o objetivo de garantir a segurança da navegação e a proteção do meio ambiente.
A suspeita de vazamento de petróleo foi levantada pelo instituto Arayara, uma ONG que atua contra combustíveis fósseis. A organização comunicou o Ibama sobre um possível vazamento a 438 km da costa do Amapá, atribuindo a um navio como possível origem.
O órgão ambiental comunicou também o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A verificação da existência ou não de vazamento de petróleo só poderia ser feita por meio de uma análise in loco, porém as imagens de satélite que suscitaram a suspeita são de setembro de 2023, apresentando dificuldades para uma verificação precisa.
A área onde a mancha de óleo foi detectada possui 170 km2, de acordo com o ofício do instituto Arayara. A organização utilizou imagens de satélite do sistema de monitoramento da organização Skytruth para chegar a uma probabilidade de 70% de ser uma mancha de petróleo.
Foi levantada ainda a necessidade de monitoramento e fiscalização mais abrangentes para prevenir recorrências de vazamentos no futuro. A área em questão está localizada próxima ao chamado bloco 59, onde a Petrobras e o governo Lula têm planos para prospecção de petróleo ainda este ano.
Em 2019, um desastre ambiental atingiu a costa brasileira, causando um derramamento de óleo que inundou praias de nove estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. O vazamento atingiu 2.000 km do litoral brasileiro, impactando a vida de pescadores, comunidades e do turismo. A Polícia Federal apontou o navio petroleiro NM Bouboulina, de bandeira grega, como responsável pelo lançamento do óleo. As investigações resultaram no recolhimento de 5.300 toneladas de óleo em 1.013 localidades.
Com informações do Ibama e da Marinha, a investigação sobre o possível vazamento de petróleo a 438 km da costa do Amapá está em andamento, visando a garantia da segurança da navegação e a proteção da vida humana no mar, além do controle da poluição ambiental.