Paulo Marubo foi responsável por estruturar a Equipe de Vigilância da Univaja, que tinha como objetivo ampliar a segurança dos povos originários que habitam a Terra Indígena do Vale do Javari. Este território abriga o maior número de indígenas em isolamento voluntário do mundo e sofre ameaças do tráfico internacional de drogas, além de outros tipos de crimes como pesca e caça ilegais.
O ex-coordenador da Univaja precisou de reposição de plaquetas e retirada de líquidos da cavidade abdominal, sendo transportado para Tabatinga (AM) e, posteriormente, para Manaus, onde deu entrada no Hospital 28 de Agosto. No entanto, de acordo com Eliésio Marubo, Paulo ficou no corredor da unidade, sem receber o devido cuidado dos profissionais, devido à precariedade no atendimento da rede do SUS (Sistema Único de Saúde).
Eliésio Marubo criticou a falta de um esquema efetivo para garantir a integridade de seu tio, já que ele era um alvo de criminosos e tinha sido ameaçado de morte inúmeras vezes. Além disso, a pasta de segurança do Amazonas também foi alvo de críticas, pois não ofereceu proteção adequada a Paulo Marubo.
A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) reconheceu o legado deixado por Paulo Marubo, mencionando que ele “criou condições para que a floresta e as vidas que ali habitam sigam em pé”.
Até o momento, os ministérios dos Povos Indígenas e da Saúde, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas não se manifestaram sobre o ocorrido. A morte de Paulo Marubo representa uma perda significativa para a luta indígena e levanta questões sobre o acesso à saúde e a segurança dessas lideranças.