Comerciante judia é atacada, tem loja depredada e agressora é proibida de deixar Porto Seguro.

Uma comerciante judia foi atacada no distrito de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA), no último dia 2 de fevereiro. A agressora, identificada como Ana Maria Leiva Blanco, teria acusado a comerciante Herta Breslauer de ser uma “assassina de crianças” e depredado sua loja. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia, que deve indiciar Blanco por injúria racial, ameaça, dano material qualificado e tentativa de lesão corporal.

De acordo com as informações prestadas pelo delegado Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, as versões apresentadas pelas envolvidas no caso são conflitantes. Ambas afirmam que se conhecem e que seus filhos são amigos desde a infância. Entretanto, Blanco alegou ter rompido relações com Breslauer após receber uma mensagem em que a lojista a teria acusado de ser antissemita.

Por outro lado, Breslauer afirma ter visto mensagens postadas por Blanco em uma rede social onde ela criticava Israel e prestava solidariedade ao Hamas, o que teria motivado a lojista a enviar uma mensagem privada questionando as declarações de Blanco. A advogada da vítima, Lília Frankenthal, ressaltou que a discussão na rede social não pode justificar a agressão física e verbal sofrida por sua cliente.

No depoimento à polícia, Blanco alega ter sido chamada de terrorista por Breslauer ao passar em frente à loja, o que teria motivado sua reação. Ela afirmou que “perdeu a cabeça” ao passar novamente pela loja e acabou quebrando produtos e desferindo ofensas. A chilena justificou seu comportamento afirmando que descarregou sua raiva, mas negou ter agredido fisicamente a comerciante. No entanto, Breslauer alega que há testemunhas da agressão.

Em decorrência do ocorrido, Blanco foi alvo de uma decisão judicial que proíbe sua saída do município e de se aproximar da comerciante ou de frequentar a loja, sob pena de prisão preventiva. A chilena alegou ter tido um surto durante o episódio e afirmou possuir um laudo de incapacidade mental expedido no Chile, além de tomar medicamentos ansiolíticos.

Autoridades políticas como o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o vice-presidente Geraldo Alckmin manifestaram repúdio aos insultos antissemitas e prestaram solidariedade a Herta Breslauer. Ambos destacaram a importância de combater qualquer forma de discriminação e promover a convivência pacífica entre diferentes culturas e povos. Ainda assim, a investigação do caso segue em andamento, aguardando a conclusão do inquérito policial nos próximos dias.

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