De acordo com o Exército, a transferência de blindados para o norte do país representa um aumento de 10% no efetivo de tropas nos Comandos Militares do Norte e da Amazônia. O Centro de Comunicação Social do Exército ressaltou que a chegada dos blindados é resultado do planejamento voltado para reforçar a região amazônica.
Além disso, a estrutura da unidade militar em Roraima está sendo ampliada, passando de esquadrão para regimento, com previsão de transformação completa até 2025. A chegada dos blindados em Boa Vista aconteceu após um longo percurso desde Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, que ultrapassou 3,5 mil quilômetros.
O comboio que chegou à Boa Vista era composto por 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4×4 Guaicurus, oito Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, seis Viaturas Blindadas de Reconhecimento Média sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel, e outras viaturas administrativas.
As tensões entre Venezuela e Guiana em relação a Essequibo têm raízes históricas, datando do século XIX, e voltaram à tona no ano passado, quando os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo, a incorporação da região. A disputa pelo território, que soma 75% da atual Guiana e conta com bilhões de barris de petróleo, tem sido objeto de disputas e mediações internacionais.
Em dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela e Guiana se comprometeram a não usar a força um contra o outro para resolver a controvérsia, com mediação do Brasil nas negociações. Há a expectativa de que uma nova reunião entre os presidentes ocorra até março deste ano para dar continuidade às negociações.
Com a escalada das tensões e a incerteza em relação ao desfecho da disputa, o envio de blindados para a fronteira com Venezuela e Guiana representa uma medida preventiva e de prontidão por parte do Exército brasileiro. A presença dos blindados reforçará a segurança na região e garantirá a proteção das fronteiras nacionais diante deste cenário de disputa territorial.