Com a Terra alcançando sua temperatura mais alta registrada e a inação humana em frear o superaquecimento do planeta, cientistas estão propondo uma solução aparentemente saída de um livro de ficção científica: um guarda-sol gigante flutuando no espaço.
A proposta é criar uma enorme sombra e posicioná-la em um ponto entre a Terra e o Sol para bloquear uma pequena quantidade de radiação solar, o suficiente para combater o aquecimento global. Cálculos indicam que bloquear menos de 2% da radiação solar poderia resfriar o planeta em até 1,5 graus Celsius, mantendo-o dentro de limites climáticos gerenciáveis.
A ideia das sombras solares tem ganhado impulso à medida que a crise climática se agrava, com mais pesquisadores desenvolvendo variações e até mesmo uma fundação dedicada a promovê-las. Estudos recentes exploraram a dispersão de poeira no espaço profundo e a criação de um escudo feito de “bolhas espaciais”. Além disso, cientistas liderados por Yoram Rozen, do Instituto de Tecnologia Technion-Israel, afirmam estar prontos para construir um protótipo de sombra para demonstrar sua eficácia.
Para bloquear a quantidade necessária de radiação solar, a sombra teria que ter o tamanho de uma Argentina, pesando pelo menos 2,5 milhões de toneladas. No entanto, o projeto teria que envolver uma série de sombras menores, lançando uma sombra difusa sobre a Terra.
Apesar das promessas, os defensores alertam que um guarda-sol não eliminaria a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas ajudaria a estabilizar o clima enquanto outras estratégias são perseguidas.
Porém, a ideia do guarda-sol tem seus críticos, que argumentam que seria caro e impossível de ser implementado a tempo, dada a velocidade do aquecimento global. Além disso, apontam que uma tempestade solar ou colisão com rochas espaciais poderia danificar o escudo, resultando em um aquecimento repentino e desastroso.
Apesar das controversas, a proposta está ganhando destaque à medida que os custos dos lançamentos espaciais diminuem e os investimentos na economia industrial espacial aumentam. O Technion-Israel espera lançar um protótipo dentro de três anos, caso consiga os fundos necessários.
Enquanto a ideia do guarda-sol gigante no espaço se torna cada vez mais discutida, a prioridade continua sendo a redução das emissões de gases de efeito estufa e a busca por alternativas viáveis para combater o aquecimento global.