Os organizadores de desfiles médios, que atraem a partir de 150 mil foliões, esperam um investimento médio de R$ 150 mil por apresentação, o valor mais alto em uma década. Já os megablocos, como o Acadêmicos do Baixo Augusta, que reuniu 1 milhão de pessoas em 2023, podem chegar a um orçamento de até R$ 5 milhões por desfile.
Esse aumento nos custos tem levado à necessidade de múltiplos patrocínios, uma vez que um único patrocinador não é mais suficiente para custear a estrutura necessária para o desfile. Além disso, o adiamento no recebimento dos valores dos patrocinadores também tem sido um desafio para os organizadores, que precisam garantir o dinheiro antecipadamente.
Essa situação tem levado ao cancelamento de 118 desfiles até a data da última quarta-feira, evidenciando o impacto dos altos custos no Carnaval de rua de São Paulo. Nomes tradicionais e blocos menores estão entre os que tiveram que desistir de desfilar devido à falta de recursos.
Os custos, cada vez mais altos, incluem a contratação de equipamentos de som, ambulâncias, bombeiros civis, produtores, seguranças e demais funcionários necessários para a realização dos desfiles. A necessidade de aumentar as cotas de patrocínio para cobrir esses custos tem sido um desafio para os organizadores, que buscam alternativas para financiar a festa.
Além disso, o modelo atual do Carnaval, fortemente dependente das ações de marketing das marcas patrocinadoras, tem levado a uma uniformização da festa, resultando em uma paisagem urbana dominada pela identidade visual das empresas. Essa realidade contrasta com a diversidade e a espontaneidade que são características marcantes do Carnaval.
Diante desses desafios, o Carnaval de rua de São Paulo tem se tornado cada vez mais dependente das ações de marketing das marcas, o que tem gerado impactos na essência da festividade. A espera pelo patrocinador oficial do Carnaval também tem sido um desafio, já que o anúncio aconteceu a menos de um mês do início dos desfiles.
Com os altos custos e a dependência crescente dos patrocinadores, o Carnaval de rua de São Paulo tem passado por transformações significativas nos últimos anos, que vêm impactando a estrutura e a essência da festa.