De acordo com os resultados encontrados, os homens têm maior risco de desenvolver a síndrome da fragilidade se apresentarem osteoporose, baixo peso, doenças cardíacas e percepção da audição avaliada como ruim. Já as mulheres apresentam maior risco associado a alta concentração sanguínea de fibrinogênio, diabetes e acidente vascular cerebral (AVC).
O professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo, destacou a importância de identificar diferenças nos fatores de risco entre homens e mulheres para a formulação de políticas públicas. Ele ressaltou que entender os principais fatores de risco pode permitir a antecipação de problemas e a formulação de planos de ação e intervenção mais específicos para cada gênero.
A síndrome da fragilidade é caracterizada pela presença de três ou mais fatores como perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza muscular, diminuição da velocidade de caminhada e baixa atividade física. Essa condição serve como um sinal de alerta para desfechos negativos em pessoas idosas, como quedas, hospitalizações, incapacidade e morte prematura.
Segundo o estudo, a fragilidade é mais comum em mulheres do que em homens, em parte devido à expectativa de vida mais longa das mulheres e à prevalência de doenças crônicas que não matam, mas geram incapacidade. Os pesquisadores destacam que as diferenças na composição corporal e na localização da deposição de gordura ao longo da vida e na velhice podem desencadear o aparecimento de componentes de fragilidade de forma direta ou indireta, mediando alterações metabólicas que culminam no surgimento de doenças que aumentam o risco de fragilidade.
O estudo também ressalta a importância de considerar as diferenças socioeconômicas, os distúrbios musculoesqueléticos, as doenças cardíacas e o baixo peso como fatores de risco que sustentam o processo de fragilidade nos homens, enquanto nas mulheres o processo parece estar ancorado em distúrbios cardiovasculares e neuroendócrinos.
Esse estudo traz à tona a importância de compreender e abordar as especificidades de gênero na saúde do idoso e de desenvolver políticas de saúde que sejam sensíveis a essas diferenças. Ao identificar os fatores de risco específicos para homens e mulheres, é possível garantir intervenções mais eficazes e direcionadas, visando a promoção de um envelhecimento saudável e a prevenção de complicações associadas à fragilidade na velhice. Enquanto as mulheres são mais afetadas por doenças crônicas, os homens são mais suscetíveis a fatores laborais e a questões metabólicas, resultando em diferentes padrões de fragilidade e necessidades de cuidados.