Uma das preocupações da investigação é o possível monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro classificou a operação como “ato ilegal” e “imoral”. Apesar disso, Cepik afirmou que seu antecessor não é investigado e não há suspeição sobre ele, mas a exoneração ocorreu para evitar dúvidas.
Sobre a possível participação de servidores da Abin nas irregularidades, Cepik destacou que, se for uma hipótese investigativa, a apuração será conduzida pela Corregedoria da Abin, pela Corregedoria-Geral da União e pela Polícia Federal. Ele ressaltou a importância de esclarecer o uso indevido de ferramentas de geolocalização, como o software espião “first mile”, e todas as outras ações realizadas sob a gestão anterior.
Antes de assumir o cargo de diretor-adjunto, Cepik foi diretor da Escola de Inteligência da Abin. Ele informou que a direção da Abin instaurou uma sindicância interna, transferida posteriormente para Corregedoria-Geral da União, para investigar as irregularidades. Cepik enfatizou que é do máximo interesse da instituição a identificação exata do uso da ferramenta e das pessoas que podem ter sido espionadas, mas destacou que esta decisão caberá ao juízo.
Por fim, Cepik afirmou que a direção da Abin está comprometida em colaborar com as investigações e que irá aguardar as determinações do Supremo Tribunal Federal e da justiça sobre quais informações do inquérito serão divulgadas ao público. Ele ressaltou a importância de não prejudicar a correta apuração dos fatos.