O decreto que foi instituído em novembro do ano passado tinha por objetivo auxiliar na contenção dos incêndios, que estavam relacionados ao tempo seco que acometia o Pantanal. No entanto, um mês depois, o ecossistema vivenciou um período de chuvas intensas, que controlou as queimadas. Mas o fim precoce das precipitações em janeiro resultou no retorno dos focos de incêndio.
A decisão do governador de derrubar o decreto gera preocupações, uma vez que a Situação de Emergência permitia a dispensa de licitações para a prestação de serviços necessários no combate às chamas. Além disso, a medida valia apenas para obras e serviços que pudessem ser concluídos em, no máximo, um ano. No município de Corumbá, por exemplo, as chamas que consomem a Serra do Amolar completam seis dias e a região é de difícil acesso, o que dificulta a chegada de brigadistas.
Organizações não governamentais também apontam que os incêndios no Pantanal foram causados por ações humanas, especificamente um fazendeiro que ateou fogo em uma área de mata para fazer pasto para o gado e perdeu o controle. O fogo já resultou em 115 eventos de incêndio neste primeiro mês do ano, muito mais do que os 28 registros feitos no mesmo período do ano passado.
Os esforços para combater o incêndio já contam com a participação da Marinha do Brasil, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e de comunidades locais, além dos 14 brigadistas de uma ONG que atuam no local. A situação exige medidas urgentes e eficazes para conter a destruição do Pantanal, um dos biomas mais ricos e importantes do Brasil.