De acordo com o IPC, o Brasil ficou na 104ª posição entre 180 países e territórios. O relatório atribui a queda ao desmonte de marcos legais e institucionais anticorrupção promovido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações de Flávio Dino foram feitas no mesmo dia em que ele se despediu do Ministério da Justiça, pois em breve assumirá uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).
O documento da Transparência Internacional também criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alegando que vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção, e citou a indicação de Cristiano Zanin, antigo advogado pessoal de Lula, para o STF como um ponto negativo.
Além disso, o ministro do STF Gilmar Mendes e o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marcos de Carvalho, também comentaram o relatório, expressando cautela em relação aos resultados divulgados pela Transparência Internacional.
Flávio Dino, durante sua fala, também abordou as acusações sobre um possível uso político da Polícia Federal no caso da operação contra a família Bolsonaro, afirmando que não há base para acusações dessa natureza. Ele ressaltou que, durante seus 13 meses à frente do Ministério da Justiça, nenhum pedido foi feito pelo presidente ou por qualquer ministro de Estado em relação a investigações.
Finalizando sua participação, Dino apresentou dados sobre a atuação da Justiça no combate à criminalidade, destacando as ações da Polícia Federal no combate à corrupção em 2023, que resultaram na recuperação de R$ 897 milhões.
Essa controvérsia em torno do relatório da Transparência Internacional e as declarações do ex-ministro Flávio Dino causaram repercussão no cenário político brasileiro, gerando debates a respeito das ações do governo em relação ao combate à corrupção e à atuação das instituições responsáveis por este enfrentamento.