Após quase 8 anos de aprovação do projeto, a Prefeitura de São Paulo dá início à construção da ciclopassarela que ligará os bairros Pinheiros e Butantã, na zona oeste da cidade. A obra é parte das melhorias urbanísticas financiadas pela contrapartida financeira da exploração imobiliária, conhecidas como outorgas onerosas.
O projeto da ciclopassarela está previsto desde 1995, tendo sido mencionado na lei da Operação Urbana Faria Lima, que propôs uma transposição do rio Pinheiros exclusiva para pedestres e ciclistas. Em 2004, a mesma lei passou por revisão, elevando a mobilidade de pedestres e ciclistas para o desenvolvimento urbanístico da região.
Embora o orçamento tenha sido garantido há quase três décadas, as dimensões da obra só foram aprovadas em 2016. A construção está prevista para ser entregue até 2024, dentro do Programa de Metas da gestão do prefeito Ricardo Nunes.
Quando finalizada, a ciclopassarela proporcionará um extenso eixo cicloviário ligando o extremo oeste da capital à malha cicloviária no centro da cidade. A obra é uma demanda antiga dos ciclistas e pedestres que são obrigados a compartilhar espaço com veículos automotores na movimentada ponte Eusébio Matoso.
Homenagem póstuma a jornalista cicloativista Erika Sallum
O nome do projeto foi alterado em homenagem à jornalista e cicloativista Erika Sallum, falecida em 2021. A mudança ocorreu após o grupo cicloativista Bike Zona Oeste e a comunidade de ciclistas da cidade se mobilizarem, coletando mais de mil assinaturas em apoio ao nome de Sallum na estrutura cicloviária.
A prefeitura esclareceu que a definição de nomes de logradouros ocorre por meio de aprovação de lei pela Câmara de São Paulo. Enquanto a ciclopassarela não fica pronta, ciclistas e pedestres reclamam que o pouco espaço para circular no local. Os tapumes instalados pela empresa responsável pela obra interditam a calçada que serve de acesso à ponte Eusébio Matoso, obrigando os pedestres e ciclistas a usar um desvio estreito e mal sinalizado na pista de automóveis.
A prefeitura informou que enviará uma equipe de engenharia de tráfego para fazer uma vistoria na obra e garantir que a sinalização adotada pela empresa esteja adequada à legislação de trânsito. Até o final deste ano, a Prefeitura de São Paulo precisa implantar mais 5 transposições cicloviárias por viadutos e terminar a obra da ciclopassarela para atingir as metas estipuladas no Programa de Metas. Já foram implantadas as ciclovias sobre as pontes da Cidade Universitária e dos Remédios, além de projetos elaborados para outras pontes da cidade.