Localizado na Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo, o Agora Vai tem uma importância histórica, sendo conhecido como “o berço do samba”, por reunir os primeiros grupos de sambistas da capital. Para Victória, fazer parte dessa tradição e liderar a bateria do bloco é motivo de orgulho e também de enfrentamento de desafios.
A posição de mestre de bateria, normalmente ocupada por homens, agora tem uma mulher à frente no Agora Vai. Victória é a segunda mulher a liderar a posição, após a mestra Adriana Aragão. Ela acredita que sua liderança é questionada devido ao machismo presente no meio. “É muita responsabilidade e os homens não respeitam. Existem muitos aliados, mas a grande maioria dos homens demonstra uma resistência absurda em aderir uma ideia”, revela a maestrina.
Apesar das dificuldades, Victória encoraja outras mulheres a conquistarem seus lugares nos blocos. Ela acredita que as mulheres devem ter coragem de errar e se destacar em um ambiente onde o machismo ainda é uma realidade. Para o futuro, ela espera uma maior movimentação e conscientização dos homens, visando verdadeiras mudanças e comportamentos anti-machistas.
O Carnaval, para Victória, é mais do que uma festa. Ela destaca o aspecto social coletivo e libertador da celebração, onde é possível exercitar a liberdade corporal. Em 2024, o Agora Vai completará 20 anos de existência, e Victória expressa orgulho em fazer parte da história de um coletivo tão importante para sua família. Além disso, destaca como o Carnaval representa um exercício social coletivo e de libertação, onde se pode exercitar a liberdade corporal.
Enquanto enfrenta o machismo e busca abrir caminho para outras mulheres nos blocos de Carnaval, Victória continuará liderando a Bateria Dengosa do Agora Vai, inspirando mudanças e encorajando mais mulheres a se destacarem nesse universo.