Segundo fontes próximas aos dois lados, o governo federal deverá aportar R$ 2,7 bilhões no empreendimento e São Paulo entrará com outros R$ 2,7 bilhões, mediante financiamento do BNDES ou de agências internacionais de desenvolvimento. A perspectiva é de que seja necessário um pequeno adicional de investidores para fechar a conta do túnel, com leilão previsto para novembro.
A decisão de contar com o apoio financeiro de São Paulo veio após um mal-estar no começo do ano, quando o presidente da Autoridade Portuária de Santos informou que a União não contaria mais com recursos do estado na obra do túnel. O governador Tarcísio reagiu imediatamente à situação, criticando a postura do governo federal e cobrando participação no empreendimento.
A construção do túnel é uma antiga reivindicação na Baixada Santista e deve beneficiar pelo menos 80 mil pessoas diariamente. Com uma faixa dedicada para a passagem de veículos leves sobre trilhos (VLTs), a obra terá um impacto positivo sobre a mobilidade urbana. Além disso, a previsão é de que 72 mil toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas por ano, o que representa um avanço significativo do ponto de vista ambiental.
No entanto, a questão vai além de aspectos técnicos e financeiros. Tarcísio consolidou uma imagem de “tocador de obras” antes de chegar ao Bandeirantes, e a ideia do Planalto de afastar São Paulo do envolvimento direto com a execução do túnel minava essa imagem. Quando Tarcísio era ministro, a construção do túnel seria uma contrapartida para quem levasse a privatização do Porto de Santos. Com a mudança de governo, Lula descartou a privatização e começou a costurar o plano de fazer o túnel como obra pública, com ou sem um aporte complementar do setor privado.
Agora, com o acordo para a participação financeira de São Paulo, a execução do túnel Santos-Guarujá parece estar encaminhada. A expectativa é de que a obra traga benefícios significativos para a região e para o estado de São Paulo como um todo.