Desde maio, a caravana já passou por 12 cidades de seis estados e ouviu cerca de duas mil pessoas. Na segunda (29) e terça-feira (30), a ação esteve na cidade de Porto Seguro, na Bahia. Durante esses encontros, os servidores do ministério têm ouvido as principais demandas das famílias das etnias Calon e Rom, que são as mais expressivas no país.
Para o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Ronaldo dos Santos, a caravana busca conhecer de perto as comunidades ciganas e entender a diversidade que existe dentro desses povos. Segundo ele, muitas vezes, pouco se sabe sobre os ciganos, e é fundamental ouvir as demandas e compreender suas realidades.
Santos destaca que os ciganos no Brasil vivem em diferentes situações, alguns ainda mantendo o nomadismo, enquanto outros estão territorializados ou semiterritorializados. O governo pretende lançar uma política nacional para os povos ciganos no dia 24 de maio, o Dia do Povo Cigano.
Além disso, as comunidades ciganas enfrentam dificuldades como insegurança alimentar, pobreza e discriminação. Muitas vezes, são vítimas de anticiganismo, tanto por questões sociais quanto culturais. Segundo Santos, a invisibilidade fez parte da estratégia dos povos ciganos perseguidos, que sempre fugiram do Estado devido às perseguições sofridas.
Outra dificuldade é a identificação de onde residem as comunidades ciganas, já que muitas delas não estão presentes no cadastro único brasileiro para benefícios sociais. Estima-se que haja cerca de 1 milhão de pessoas ciganas no Brasil, mas esse número é subnotificado. Por isso, a caravana Brasil Cigano tem o desafio de identificar e compreender as necessidades dessas comunidades.
A ação do governo tem como objetivo trazer visibilidade para os povos ciganos e atender às demandas por políticas públicas e proteção. Ronaldo dos Santos destaca a responsabilidade do Brasil em acolher e apoiar essas comunidades, que têm enfrentado perseguições históricas.