Segundo informações do despacho de Moraes, a presença de Carlos Bolsonaro no centro da investigação se deve a mensagens identificadas pela PF, que apontam um pedido de ajuda realizado pela assessora do vereador a uma assessora do delegado Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin. Como resultado, os assessores envolvidos também foram alvos da operação da PF.
De acordo com o mesmo despacho, os elementos de prova colhidos até o momento indicam que a organização criminosa infiltrada na Abin teria utilizado métodos ilegais para realizar ações clandestinas direcionadas contra pessoas consideradas opositoras ideologicamente. A PF também aponta que o objetivo da espionagem ilegal seria obter ganhos políticos ao “criar narrativas” para envolver autoridades da oposição, jornalistas e políticos, além de fiscalizar o andamento de investigações de aliados.
Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal (PL-RJ), já havia sido alvo de busca e apreensão pela PF na última quinta-feira, 25. Ele foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 por Bolsonaro e deixou o cargo em março de 2022.
A investigação realizada pela PF e a ligação direta com o “núcleo político” apontam para uma complexa trama de espionagem ilegal e utilização de métodos ilegais para alcançar objetivos políticos. O desdobramento desse caso certamente terá reflexos significativos no cenário político brasileiro, ampliando ainda mais a tensão e a polarização entre diferentes espectros ideológicos.