Entre as espécies vegetais que contribuem para a propagação do fogo, estão o eucalipto, o pinheiro, e a leiva espinhosa. Estas espécies, por não serem nativas da cidade, são consideradas “pirófilas”, devido à afinidade com o fogo. Isso significa que, quando ocorre um incêndio, essas plantas se beneficiam em sua reprodução e passam a ocupar áreas maiores, deslocando a vegetação nativa.
O biólogo Arnold García Samaca, pesquisador da Universidade Nacional da Colômbia, explicou que essas plantas tornaram as colinas orientais de Bogotá mais propensas a incêndios devido à quantidade de material vegetal que armazenam no solo. Em meio a uma temporada de calor extremo e secas derivadas do El Niño, que está prevista até junho, essa serrapilheira propaga o fogo, alimentando as chamas.
O difícil acesso às áreas onde essas espécies vegetais exóticas se encontram torna a tarefa de removê-las ainda mais árdua. Nos últimos quatro anos, a Secretaria do Meio Ambiente de Bogotá removeu 136,2 hectares de leivas, mas o problema persiste.
Diante da emergência devido às queimadas, a autoridade ambiental das colinas, a Corporação Autônoma Regional (CAR) de Cundinamarca, anunciou um plano de reflorestamento com espécies locais como forma de restaurar os solos e combater os incêndios. Buscando apoio externo, o presidente brasileiro, Lula, ligou para o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para oferecer suporte no combate aos incêndios, sugerindo a criação de um posto regional de prevenção a incêndios.
Em meio ao desastre ambiental, especialistas alertam para a urgência em estabelecer a quantidade real de combustíveis vegetais nas montanhas de Bogotá, bem como a importância de um planejamento adequado para combater e prevenir a propagação dos incêndios. A colaboração entre países vizinhos, como no caso do Brasil e da Colômbia, pode ser fundamental para enfrentar desafios ambientais dessa natureza.