A agenda cheia se tornou um símbolo de status, associado a produtividade e sucesso. No entanto, é fundamental distinguir essa realidade das dificuldades enfrentadas pelo trabalhador precarizado, que muitas vezes não possui tempo para desfrutar do lazer devido à constante ameaça de perder o sustento.
A preocupação com a produtividade também atinge as crianças, que têm suas agendas preenchidas com múltiplas atividades desde cedo. A ideia de estimular a aprendizagem desde a infância se reflete em uma profusão de atividades impensáveis há algumas décadas, como natação, línguas, recreação assistida, ioga e uso de redes virtuais.
No entanto, esse frenesi de atividades pode estar relacionado a um paradoxo preocupante: a constatação de que a geração atual apresenta coeficiente de inteligência (QI) inferior ao de seus pais. Esse fenômeno é abordado em obras como “A Fábrica de Cretinos Digitais” e “O Despertar de Tudo: uma nova história de humanidade”, que levantam questionamentos sobre o estilo de vida contemporâneo em comparação com culturas tradicionais.
A busca pela liberdade, seja ela sexual, moral ou no uso do tempo e do corpo, é destacada como um valor fundamental, mas que parece ser mais intensamente experimentada em culturas tradicionais. Essa reflexão nos convida a questionar a influência dos valores sociais e a responsabilidade de reproduzi-los ou resistir a eles.
Diante desse contexto, é importante refletir sobre a necessidade de dizer não a um estilo de vida acelerado e repleto de compromissos. A busca pela produtividade deve ser equilibrada com momentos de descanso e lazer, para garantir uma qualidade de vida mais satisfatória. Essa reflexão nos acompanha no início de mais um ano, e nos convida a repensar nossas prioridades para que 2024 não comece mal.