Projeto de Lei permite presos com tornozeleira eletrônica saírem do perímetro para ir a cultos religiosos

Projeto de Lei no Senado visa permitir saída de presos monitorados para participar de cultos religiosos

Tramita no Senado um projeto de lei que tem como proposta permitir que presos que estão sob monitoramento eletrônico, como o uso da tornozeleira eletrônica, possam sair do perímetro de circulação com o fim exclusivo de comparecer a cultos religiosos. O Projeto de Lei (PL) 5.832/2023 foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) em dezembro de 2023 e busca destacar a importância da prática religiosa na reinserção social dos presos.

De acordo com o texto do projeto, os presos que desejarem praticar sua religião fora da área determinada pelo monitoramento eletrônico deverão comunicar previamente o trajeto ao servidor responsável, sob pena das sanções previstas na Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984).

Eduardo Girão justifica a proposição elogiando o uso da tornozeleira eletrônica, que contribui para aliviar a pressão sobre o sistema penitenciário e incentiva a ressocialização dos detentos. O senador ressalta que, apesar disso, o exercício das necessidades espirituais deve ser garantido pelo Estado, uma vez que o homem é um ser ético.

Ele ainda argumenta que a Constituição Federal assegura o direito à assistência religiosa em entidades de internação coletiva, e a Lei de Execução Penal também incentiva e regulamenta a inclusão do detento em alguma religião, devido à importância de seu papel na recuperação do indivíduo privado de liberdade. No entanto, em muitos casos, os lugares de culto estão localizados fora da área de circulação permitida.

O projeto está atualmente na Comissão de Direitos Humanos, mas seguirá para a Comissão de Segurança Pública, onde a decisão será terminativa. Caso aprovado na comissão e não haja recurso para o Plenário, o texto seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados para apreciação.

A proposta busca garantir o direito à liberdade religiosa mesmo para aqueles que estão em cumprimento de pena, destacando a importância do amparo espiritual na ressocialização dos presos. O debate sobre o projeto certamente envolverá discussões sobre a segurança pública e a garantia dos direitos individuais, tendo em vista a delicadeza e a relevância do tema.

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