Essa ação acirra ainda mais os ânimos da relação entre o governo petista e a ala mais conservadora do Congresso, e coloca novamente a educação como palco dessa disputa política. Não é a primeira vez que a bancada ruralista e a evangélica se mobilizam contra a gestão Lula. No ano passado, a bancada ruralista já havia criticado o Enem e pedido a anulação de questões relacionadas ao agronegócio.
Além disso, recentemente, após Lula revogar uma norma que suspendia um benefício tributário a pastores, a bancada evangélica fez críticas à gestão petista e pediu a retomada da vantagem. A Conae de 2024 foi convocada de forma extraordinária pelo governo Lula para debater o Plano Nacional de Educação e está marcada para começar no final de janeiro.
As frentes parlamentares criticam trechos do documento de referência da conferência e que deve balizar as discussões do grupo. Eles afirmam que há pontos com viés político e ideológico no documento, como a desmilitarização das escolas, o movimento Escola Sem Partido, políticas ultraconservadoras, além de temas como diversidade de gênero e religião, questões LGBTQIA+ e ambientais.
Essa tensão entre as bancadas conservadoras e o governo petista demonstra a oposição firme que esses grupos têm apresentado às políticas educacionais propostas pela gestão Lula. A bancada evangélica, juntamente com a ruralista, tem se mostrado ativa e fará parte das discussões na Conae, buscando defender suas posições e influenciar as políticas de educação apresentadas pelo governo.
Essa postura contrária à gestão petista fortalece a narrativa da oposição política e coloca em evidência as divergências existentes entre as diferentes alas políticas do Congresso Nacional. A educação, mais uma vez, se mostra como uma questão central nesse embate político, refletindo a polarização presente no meio legislativo brasileiro.