Mulheres Indígenas unem-se para debater e combater a violência de gênero dentro e fora dos territórios em oficina promovida pela ANMIGA.

A violência contra as mulheres indígenas é uma realidade que tem perdurado desde a invasão colonial. A história de colonização é marcada por estupro, morte, violência e violações do corpo da mulher indígena, e infelizmente, essas atrocidades continuam ocorrendo nos dias de hoje. Diariamente, meninas são assassinadas, anciãs são negligenciadas, e jovens são sexualizadas, demonstrando a perpetuação da violência de gênero dentro e fora dos territórios indígenas.

Diante dessa preocupante situação, a ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade) em parceria com o Ministério das Mulheres e a Universidade de Brasília, está promovendo um encontro e oficinas para debater sobre a violência de gênero enfrentada pelas mulheres indígenas. O objetivo é analisar o contexto de violência, pensar em formas de acolhimento adequadas às diferentes realidades dos biomas e povos indígenas, e conceber orientações para espaços seguros de acolhimento das vítimas.

A realização das oficinas se fez necessária após o lançamento da cartilha sobre violência de gênero e o diagnóstico da caravana das originárias. Devido à grande diversidade de povos indígenas no Brasil e à dificuldade logística das mulheres provenientes dos seis biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pampas e Pantanal), a ANMIGA optou por realizar as oficinas de forma online, garantindo o acesso e participação de mulheres indígenas de todo o país.

Uma das principais questões levantadas é a necessidade de oferecer suporte e acolhimento adequado para as vítimas de violência, levando em consideração a diversidade cultural e geográfica das comunidades indígenas. Além disso, as mulheres indígenas enfrentam o preconceito tanto das sociedades não indígenas quanto de suas próprias comunidades, tornando o apoio e acolhimento ainda mais essenciais.

As violências contra as mulheres indígenas ocorrem em diversos espaços, como escolas, universidades, aldeias, cidades e também na internet. A luta é para que elas não se tornem estatísticas de feminicídio, e para isso, é importante lembrar das vítimas que já se foram, como Maria Clara Karipuna, Raissa Guarani Kayowá e Daiane Kaingang, todas com idades entre 11 e 15 anos.

A ANMIGA busca, por meio dessas oficinas, garantir um futuro digno para as meninas e mulheres indígenas que continuam enfrentando a violência de gênero, e mostrar que é possível viver em um mundo livre dessas atrocidades. Esta é uma luta pela preservação da vida e da dignidade das mulheres indígenas, uma luta que merece todo o apoio e atenção da nossa sociedade.

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