Enchentes no RS causam prejuízos milionários para pecuaristas: mais de 80 animais mortos em Vera Cruz

O pecuarista Paulo Fischborn, de 58 anos, passou por momentos difíceis devido às intensas chuvas que atingiram a região onde fica sua propriedade, localizada em Mato Alto, distrito de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul. Preocupado com a segurança de seu rebanho de 213 cabeças de gado bovino, Fischborn decidiu transferir os animais para um campo mais elevado, acreditando que estivessem a salvo das inundações. No entanto, durante a madrugada de terça-feira (30), a água invadiu o piquete onde estavam os animais, resultando na morte de 86 deles e um prejuízo estimado em cerca de R$300 mil.

A tragédia não se limitou apenas à propriedade de Fischborn. Em todo o estado do Rio Grande do Sul, animais de estimação e de criação foram afetados pelas enchentes causadas pelas chuvas. Grupos de voluntários e equipes do poder público têm se mobilizado para resgatar pets que ficaram ilhados nas áreas alagadas, tendo salvado até o momento cerca de 3.500 animais.

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No entanto, o número de animais de criação mortos ainda não pôde ser contabilizado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar de Vera Cruz, Cristian Wagner, destacou a dificuldade em estimar a perda de bovinos e suínos na região, que continua alagada. A situação se repete em diversos municípios do Vale do Rio Pardo, onde a grande maioria dos animais dessas áreas sucumbiu às águas.

A incerteza sobre o destino dos animais que conseguiram se salvar também preocupa os produtores. Muitos desses animais estão desaparecidos, e a contagem precisa das perdas só poderá ser feita após o término das chuvas e a baixa das águas. A situação de calamidade atingiu tanto pequenos proprietários quanto criadores de gado, como Lúcio José Kessler, que perdeu todas as suas galinhas e seu porco devido à enchente.

Apesar dos desafios enfrentados, pecuaristas como Paulo Fischborn demonstram resiliência e determinação para enfrentar a reconstrução de suas atividades. O amor e a ligação com a terra e os animais são os principais fatores que impulsionam esses produtores a superar as perdas e seguir em frente. A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul deixou marcas profundas, mas a esperança de um recomeço continua a alimentar a vida no campo.

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