A tragédia não se limitou apenas à propriedade de Fischborn. Em todo o estado do Rio Grande do Sul, animais de estimação e de criação foram afetados pelas enchentes causadas pelas chuvas. Grupos de voluntários e equipes do poder público têm se mobilizado para resgatar pets que ficaram ilhados nas áreas alagadas, tendo salvado até o momento cerca de 3.500 animais.
No entanto, o número de animais de criação mortos ainda não pôde ser contabilizado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar de Vera Cruz, Cristian Wagner, destacou a dificuldade em estimar a perda de bovinos e suínos na região, que continua alagada. A situação se repete em diversos municípios do Vale do Rio Pardo, onde a grande maioria dos animais dessas áreas sucumbiu às águas.
A incerteza sobre o destino dos animais que conseguiram se salvar também preocupa os produtores. Muitos desses animais estão desaparecidos, e a contagem precisa das perdas só poderá ser feita após o término das chuvas e a baixa das águas. A situação de calamidade atingiu tanto pequenos proprietários quanto criadores de gado, como Lúcio José Kessler, que perdeu todas as suas galinhas e seu porco devido à enchente.
Apesar dos desafios enfrentados, pecuaristas como Paulo Fischborn demonstram resiliência e determinação para enfrentar a reconstrução de suas atividades. O amor e a ligação com a terra e os animais são os principais fatores que impulsionam esses produtores a superar as perdas e seguir em frente. A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul deixou marcas profundas, mas a esperança de um recomeço continua a alimentar a vida no campo.