Fechamento da Avenida São João para carros em São Paulo atrai público, mas ainda gera incertezas para comerciantes

No último domingo, dia 21, a principal avenida do centro de São Paulo, a avenida São João, teve um teste inédito de fechamento para veículos, abrindo espaço apenas para pedestres e bicicletas. A iniciativa surgiu como um pedido das associações de comerciantes da região, que buscam reativar a economia e atrair público para a área, que foi degradada pela cracolândia e teve um aumento nos casos de roubos e furtos no último ano.

O movimento do público ao longo do dia foi impactado pelas pancadas de chuva, esvaziando e voltando a aumentar sob o sol. Com adesão parcial das lojas e restaurantes da região, o fechamento da avenida São João para carros foi marcado por apresentações de catch wrestling, bandas de música, grupos de dança, feira de artesanato e atrações infantis e esportivas.

A associação Pró-Centro avaliou o teste como positivo, ressaltando a importância de várias edições para convencer mais comerciantes a aderirem à iniciativa. Segundo o vice-presidente da Pró-Centro, Fábio Redondo, “As pessoas precisam sentir confiança para voltar a ocupar essa região”. A associação também elogiou a sinalização de trânsito e o policiamento reforçado, contando com equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

O secretário municipal da Casa Civil, Fabrício Cobra, participou do evento e se encontrou com representantes das associações comerciais. A decisão de manter a iniciativa de forma definitiva depende de relatórios sobre o impacto do fechamento da avenida no transporte público e no trânsito, da consulta pública online feita pela prefeitura e de duas audiências públicas para debater o assunto.

Cobra destacou a intenção de integrar a avenida São João ao Minhocão, criando uma grande área de lazer para a população. O programa Ruas Abertas, que já contempla quatro vias no bairro da Liberdade e a Avenida Paulista, pode ganhar a adesão da São João. No entanto, a ideia ainda não convenceu alguns comerciantes, que avaliaram o movimento da manhã como fraco.

Mesmo com a abertura de alguns estabelecimentos, como a Galeria do Rock e alguns restaurantes, a maior parte dos quarteirões teve comércios fechados. Alguns comerciantes afirmaram que o movimento foi fraco e que ainda é necessário um tempo para que a iniciativa atraia mais público. A desconfiança do público, devido ao histórico de roubos na região, também foi mencionada como um fator que impactou a adesão ao evento.

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