Essa inovação foi fruto de uma parceria de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da HartBR com a empresa do setor de energia EDP Brasil e contou com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.
Os religadores desempenham um papel crucial na identificação e correção de curtos-circuitos provocados na rede elétrica por eventos climáticos, como chuvas e ventanias, ou interferência de vegetação, entre outras intempéries. Eles são instalados no alto dos postes e na entrada ou saída das linhas nas subestações, garantindo a continuidade do serviço de distribuição de energia.
O diretor-fundador da HartBR, Celso Garcia Lellis Júnior, destacou que os religadores tradicionais são caros, de fabricação complexa, necessitam de muita manutenção, são pesados e não estão integrados às modernas redes de comunicação. Além disso, utilizam baterias seladas à base de chumbo ácido, que precisam ser trocadas a cada dois anos e descartadas adequadamente, gerando complicações logísticas para as concessionárias.
Dessa forma, a HartBR conseguiu substituir as baterias à base de chumbo ácido por supercapacitores – dispositivos que acumulam e liberam energia de forma quase instantânea e em grandes quantidades – com vida útil equivalente à do próprio religador. Além disso, os religadores desenvolvidos pela HartBR também substituíram o aço e as resinas bicomponente por polímeros de engenharia, reduzindo consideravelmente o peso e apresentando resistência a impactos e alta durabilidade.
Os primeiros protótipos totalmente funcionais do novo religador foram apresentados à EDP em 2020, e a empresa iniciou em dezembro de 2023 a montagem do primeiro lote de equipamentos, que serão instalados em redes elétricas aéreas de média tensão (13,8 kV). Além disso, a HartBR já havia desenvolvido um religador monofásico em parceria com a Energisa e inaugurou uma unidade fabril para a manufatura desses equipamentos em Atibaia, interior de São Paulo.
Os avanços tecnológicos realizados pela HartBR não se restringem apenas às concessionárias brasileiras, pois a empresa já está exportando seus produtos para países como Angola, Austrália, Colômbia, Equador, Estados Unidos e Nova Zelândia.
Com essas inovações, a HartBR reforça a posição do estado de São Paulo como um polo de desenvolvimento tecnológico e criação de soluções inovadoras para diversos setores, trazendo impactos positivos tanto para as empresas quanto para a população que depende de um fornecimento seguro e constante de energia elétrica.