A expedição liderada pela empresa de expedições Eyos revelou que enormes cavernas e arcos foram escavados nas paredes congeladas do iceberg, devido à colisão de ondas de até 3 ou 4 metros de altura. O líder da expedição, Ian Strachan, descreveu a situação como um “estado constante de erosão”. Todo esse processo está cortando e desgastando o A23a, que se descolou da costa antártica em 1986, mas só recentemente iniciou uma grande migração.
O destino provável desse gigante é fragmentar-se e definhar até desaparecer. Seu legado, no entanto, é a vida oceânica que ele semeia ao liberar nutrientes minerais. Desde o plâncton até as grandes baleias, todos se beneficiam do efeito de “fertilização” do degelo dos icebergs.
A equipe Eyos chegou perto o suficiente do A23a para fazer imagens usando um drone, descrevendo a experiência como “dramática e linda”. Icebergs nesta escala criam seu próprio clima, cobrindo penhascos de 30 metros de altura e sendo tão grandes que não podem ser completamente fotografados.
A grande questão que permanece é quanto tempo o A23a sobreviverá à medida que se afasta dos climas mais frios da Antártida. As temperaturas mais amenas e a formação de lagoas na superfície estão contribuindo para abrir fissuras e colapsar espectaculares catacumbas e arcos superficiais, levando à erosão e desgaste do iceberg.
Para compreender melhor a longevidade potencial do A23a, os cientistas estudam outro grande bloco de gelo, o iceberg D28, que está se movendo para o Atlântico Sul. Embora tenha perdido cerca de um terço da sua área desde o nascimento em 2019, o D28 conseguiu manter a sua forma básica, levantando a questão de se o A23a, com suas próprias dimensões quadradas, poderia ter vida igualmente longa. O futuro desse gigantesco iceberg continua incerto, mas as observações e estudos feitos por cientistas e a equipe Eyos continuam a nos fornecer informações valiosas sobre o destino dessa incrível massa de gelo.