Inicialmente, o governo Lula (PT) planejava construir o túnel com verbas da União, do estado e da própria autoridade portuária. Entretanto, agora a ideia é dividir a responsabilidade de R$ 5,8 bilhões entre a autoridade portuária e o setor privado, com a gestão do túnel sendo entregue ao vencedor do leilão por até 70 anos.
A decisão de avançar com o projeto sem a participação do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi tomada após ficar claro que o estado não havia separado verbas no Orçamento de 2024 para a obra. Essa decisão foi tomada após um ano de discordância entre os governos federal e estadual em relação à parceria com o setor privado.
A construção do túnel é considerada a maior necessidade de infraestrutura do país, visto que diariamente 78 mil passageiros utilizam a balsa para cruzar o canal e 10 mil caminhões precisam fazer um percurso de 45 km sem a conexão seca, impactando significativamente o transporte de mercadorias e pessoas. Por lá passam cerca de 30% das exportações e importações brasileiras.
A proposta de engenharia para o túnel consiste na imersão das estruturas em vez de utilizar uma tuneladora, o que pressupõe a construção de blocos de concreto em terra, que serão levados ao canal e submersos a 21 metros de profundidade. O projeto também prevê a construção de uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e uma ciclovia.
Para garantir que o pedágio do túnel seja acessível, a intenção é cobrar um preço equivalente ao valor da balsa, que hoje possui tarifas de R$ 6,20 para motos, R$ 12,30 para carros e até R$ 98,60 para caminhões. A expectativa é que o túnel traga melhorias significativas para o transporte na região e para a economia do país.