Recentemente, a Folha de São Paulo trouxe à tona mais uma história que ilustra esse problema. Trata-se do caso da professora de estatística da USP de São Carlos, Cibele Russo, que teve sua bolsa de produtividade negada pelo CNPq. O parecer emitido pelo órgão citava as licenças-maternidade como explicação para o “pequeno número de alunos formados” por ela durante o período avaliado.
Esses casos evidenciam um cenário de dificuldade para as mulheres na academia, o que é corroborado por um levantamento do movimento Parent in Science. Segundo a pesquisa, as mulheres representam apenas 35% dos bolsistas por produtividade no CNPq, um patamar que se mantém inalterado há duas décadas.
Diante da repercussão desses eventos, o CNPq decidiu tornar obrigatória a extensão do prazo de avaliação de projetos de pesquisadoras que são mães, buscando assim mitigar as conseqüências negativas que a maternidade pode ter em suas carreiras acadêmicas.
Para discutir mais a fundo a questão da desigualdade de gênero na academia, na ciência e no mercado de trabalho, o programa de áudio Café da Manhã contou a história de Cibele Russo e ouviu a jornalista Victoria Damasceno, editora da iniciativa Todas. O episódio está disponível no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha, especializado em música, podcast e vídeo.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia, e apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Raphael Concli. A discussão sobre a desigualdade de gênero na academia é essencial para a construção de um ambiente acadêmico mais justo e inclusivo.