O lúpulo é uma planta utilizada na fabricação de cerveja e é importada da Alemanha e dos Estados Unidos, países que dominam esse mercado. No entanto, os pesquisadores estão buscando formas de viabilizar o cultivo da planta no Brasil. A incidência de luz influencia diretamente a produtividade dos cones, que são as principais partes comercializadas da planta, e instalação de iluminação artificial tem sido uma solução para compensar o menor período luminoso no Brasil.
Os estudos foram financiados pela FAPESP e envolveram pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e do Institute for Plant and Food Research, da Nova Zelândia. Resultados promissores sobre os cultivares Cascade e Chinook motivaram os pesquisadores a aprofundar seus conhecimentos sobre a planta, analisando os compostos de seus óleos voláteis por cromatografia gasosa. Conclusões apontam que é viável cultivar lúpulo nas condições climáticas tropicais de São Paulo, com boa resposta fisiológica, além de presença de enzimas antioxidantes e aumento gradual na concentração de substâncias importantes.
Os óleos voláteis do lúpulo são essenciais para o aroma e sabor da cerveja, e estudos também indicaram a presença dessas substâncias nos lúpulos produzidos em Ribeirão Preto, trazendo resultados significativos para a indústria cervejeira e produtores nacionais. Além disso, análises sensoriais indicaram que as amostras produzidas com lúpulo cultivado localmente receberam pontuações mais altas na avaliação dos consumidores, sugerindo que o produto nacional pode ser bem aceito no mercado.
Os pesquisadores seguem otimistas com estudos futuros, investigando o conteúdo do interior dos tricomas glandulares de inflorescências de lúpulo para entender melhor as substâncias importantes para o sabor e aroma da cerveja. A viabilidade do cultivo de lúpulo em São Paulo representa uma oportunidade promissora para a indústria cervejeira nacional e para a produção local da planta.