Embaixada de Israel critica apoio do Brasil a acusação de “genocídio” na Corte Internacional de Justiça por ataque do Hamas.

A polêmica em torno do posicionamento do governo brasileiro em relação ao conflito entre Israel e Palestina ganhou novos episódios. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de apoiar a acusação de “genocídio” apresentada contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) gerou reações da embaixada israelense em Brasília.

A embaixada de Israel rebateu a decisão do governo brasileiro, alegando que o presidente Lula deveria levar em consideração as definições de genocídio e a “intenção” ou não de matar deliberadamente civis que não estavam envolvidos na guerra contra o grupo terrorista Hamas. Segundo o governo israelense, a ofensiva militar em Gaza teve como objetivo aniquilar o Hamas após ataques terroristas perpetrados pelo grupo.

No entanto, o governo brasileiro justificou sua decisão com base em dados reportados pelas Nações Unidas, que indicaram um elevado número de vítimas civis no conflito. No entanto, a veracidade desses números foi questionada, uma vez que os dados foram reportados pelo Ministério da Saúde e pelo Escritório de Mídia de Gaza, ambos controlados pelo Hamas.

O embate diplomático entre Brasil e Israel não é novo, uma vez que desde o ano passado, o então presidente Lula vinha classificando a operação militar de Israel como genocídio. Tal posicionamento gerou desgaste nas relações diplomáticas entre os dois países, assim como com outros parceiros do Brasil no Ocidente, como os Estados Unidos. Além disso, o governo Lula se irritou com uma reunião do embaixador israelense com a oposição, o que também contribuiu para o clima de tensão.

A decisão do Brasil de apoiar a denúncia contra Israel na Corte Internacional recebeu o respaldo de países como Bolívia, Malásia, Turquia, Jordânia, Maldivas, Namíbia, Paquistão, Colômbia, a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica. No entanto, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a posição brasileira, classificando-a como cínica e perversa, e afirmando que diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira.

Diante de mais esse capítulo na longa disputa entre Israel e Palestina, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos desse conflito, que transcende as questões geopolíticas e desperta sentimentos de solidariedade e indignação em diversos países ao redor do mundo. A decisão de Lula coloca o Brasil no centro de um debate polêmico e delicado, que exigirá habilidade diplomática para lidar com as consequências desse posicionamento.

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