Governo Tarcísio reduz contrato de câmeras corporais da PM de SP e prioriza investimento em tecnologias de monitoramento

O governo estadual de São Paulo renovou por apenas seis meses o contrato que administra o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar. O contrato foi herdado da gestão anterior e custará quase R$ 1,8 milhão por mês, representando um reajuste de 47% em relação ao valor inicial. A decisão de renovar o contrato ocorreu em meio a críticas feitas pelo governador Tarcísio de Freitas ao uso das câmeras na farda dos PMs, alegando que não há efetividade no uso dos equipamentos para a segurança dos cidadãos.

No entanto, pesquisas mostraram que tanto as mortes de PMs como as de suspeitos em abordagens policiais diminuíram nos batalhões que passaram a usar as câmeras. As mortes decorrentes de intervenção policial caíram 85% nos batalhões que usam os equipamentos em 2021, e em 2022 a queda no número de mortos pela polícia no estado com idades entre 10 e 19 anos foi de 80% e acelerou após a implementação dos dispositivos.

Apesar disso, a quantidade de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou durante o primeiro ano de Tarcísio à frente do governo, com um aumento de 86% no número de mortos pela PM em comparação ao mesmo período de 2022.

Além disso, o governo estadual descontinuou um estudo científico que havia mostrado o impacto positivo das câmeras no comportamento de policiais militares, congelou o planejamento para a compra de mais equipamentos, realocou as câmeras para unidades que fazem policiamento de trânsito e reduziu o orçamento do programa.

Na entrevista à TV, o governador afirmou que o investimento em tecnologias de monitoramento e reconhecimento facial deve ganhar mais espaço, com a destinação de R$ 250 milhões em 2024, incluindo monitoramento, tecnologia preditiva de comportamento criminoso e inteligência artificial.

Apesar das críticas do governador, os resultados das pesquisas apontam para uma eficácia das câmeras corporais na redução da violência e na melhoria do comportamento dos policiais, gerando um debate sobre a continuidade e a importância desse programa para a segurança pública.

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