A história da Basílica, fundada em 1754, guarda segredos que, até hoje, continuam sendo desvendados. Um exemplo disso é a famosa fitinha do Bonfim, um dos souvenires mais conhecidos da Bahia, que tem suas raízes na Idade Média. A popularização de Senhor do Bonfim se deve à sua sincretização com Oxalá, o que acabou atraindo devotos tanto do catolicismo quanto do candomblé.
Durante os primeiros anos da festa, a cúpula do clero baiano se incomodava com o clima pouco respeitoso da parte profana. Inicialmente, um cortejo animado “tomava de assalto” a igreja, realizando a lavagem do local de forma festiva. Com o passar dos anos, a festa foi proibida dentro do templo, porém, persistiu de forma profana ao longo dos anos.
A origem da fitinha do Bonfim remonta a séculos atrás. Documentos da Irmandade do Bonfim revelam que a peça tinha o tamanho do braço da imagem do Senhor do Bonfim e era vendida na igreja para arrecadar fundos para a sua manutenção. A tradição das medidas de santo já ocorria na Europa na Idade Média e era utilizada como objeto de cura por rezadores.
Mesmo com o passar dos séculos, a fitinha do Bonfim continua sendo usada como talismã e objeto de proteção, seguindo a tradição das milenares medidas de santo. Todo esse contexto histórico e religioso faz da Basílica de Nosso Senhor do Bonfim um lugar de grande importância cultural e simbólica para a cidade de Salvador e para a Bahia como um todo. A celebração dos seus 270 anos reafirma a força e a tradição dessa instituição religiosa, que continua atraindo devotos e curiosos de todas as partes do mundo.