De acordo com Prates, a questão está sendo avaliada internamente pela Petrobras em conjunto com órgãos de controle. Ele destacou que a empresa está analisando o negócio por meio de suas áreas de governança e integridade, garantindo que a legitimidade do controle externo de fiscalizar as atividades da Petrobras é indiscutível e necessária.
A CGU criticou a venda da RLAM pelo momento escolhido para a realização do negócio, apontando que ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita”, com os efeitos da pandemia de covid-19, a baixa previsão de crescimento da economia brasileira na época e a desvalorização do petróleo no mercado internacional.
A refinaria foi vendida por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,03 bilhões pelo câmbio atual) ao fundo Mubadala Capital, divisão de investimentos da Mubadala Investment Company, empresa de investimentos de Abu Dhabi e que pertence à família real dos Emirados Árabes Unidos. A transação reavivou suspeitas em torno de presentes dados pelo governo dos Emirados Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019 e 2021.
As suspeitas incluem armas devolvidas à Caixa Econômica Federal por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e investigações sobre joias e esculturas recebidas por Bolsonaro em viagens oficiais ao país árabe. Além disso, outros presentes, como joias e caixas de joias com valor estimado em R$ 18 milhões, recebidos do governo da Arábia Saudita, também estão sendo investigados.
Outras autoridades, como o ministro da Advocacia-Geral da União e o ministro da CGU, destacaram a necessidade de investigar a possível conexão entre a venda da refinaria e o recebimento dos presentes. Em meio à polêmica, o ex-presidente Bolsonaro enfatizou que a privatização foi aprovada pelo TCU, ressaltando que o tribunal “acompanhou e aprovou a venda da refinaria da Bahia aos árabes”.