Padre Júlio Lancellotti é alvo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), e que pode ser instalada em fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo. De acordo com a Folha de S.Paulo, o presidente da Casa, Milton Leite (União), afirmou que levará denúncias contra o padre ao Vaticano.
O ato que contará com a presença do padre será promovido pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que já organizaram uma série de manifestações em defesa da democracia durante o governo de Jair Bolsonaro. O coordenador nacional da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, criticou a ofensiva contra o padre e rejeitou as insinuações feitas por parlamentares.
Para Bonfim, a perseguição ao padre Júlio Lancellotti está relacionada aos interesses de setores da especulação imobiliária. O padre é conhecido por seu trabalho em defesa da população em situação de rua, incomodando esses segmentos que desejam valorizar seus negócios no centro de São Paulo.
Além disso, Bonfim destacou que a atuação do padre vai contra muitos interesses de pessoas poderosas e que a extrema-direita estaria perseguindo um cristão que só faz o bem para os mais necessitados. O dirigente da central reforçou que as denúncias contra o padre, em diversos momentos, não deram em nada, o que mostra que sua atuação incomoda muitos setores.
O ato em que o padre participará surge em meio a uma série de polêmicas envolvendo seu nome e a CPI das ONGs. Seu envolvimento em questões sociais e sua defesa dos mais necessitados têm incomodado setores políticos e econômicos, o que levanta questionamentos sobre as verdadeiras motivações por trás das acusações contra o pároco.