A ação do padre Júlio Lancellotti tem gerado repercussão na mídia devido à proposição da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, uma iniciativa do vereador Rubinho Nunes, que deve ser instalada a partir de fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo. A CPI visa investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste, entidades que atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos, assim como o padre Júlio.
O manifesto assinado por Chico Buarque e outros nomes do mundo jurídico, como a advogada Carol Proner e o colunista da Folha Thiago Amparo, denuncia a CPI como uma clara manipulação política da extrema direita paulistana, com um flagrante fim eleitoreiro. Além disso, destaca o compromisso do padre Júlio Lancellotti com a população em situação de rua e sua defesa dos direitos humanos e sociais.
A possível instalação da CPI gerou reações, com o presidente Lula saindo em defesa do padre e afirmando que o trabalho dele e da Diocese de São Paulo são essenciais para assistir a população em situação de vulnerabilidade social. Além disso, a Arquidiocese de São Paulo manifestou perplexidade em relação à CPI.
Por sua vez, o vereador Rubinho Nunes afirmou que todos podem ser investigados e que não vai recuar da proposta da CPI. Ele pretende investigar as entidades Bompar e Craco Resiste, assim como o centro social e o padre Júlio Lancellotti, alegando que o trabalho das entidades merece ser investigado.
A defesa do padre Júlio Lancellotti por figuras públicas como Chico Buarque, aliada à reação de entidades religiosas e políticas, coloca em evidência a importância do trabalho desenvolvido pelo pároco junto à população em situação de rua, e o embate político em torno das iniciativas sociais.