A Rússia é destino de centenas de milhares de pessoas de países mais pobres da Ásia Central, muitas delas em busca de cidadania a cada ano. Putin já havia assinado um decreto facilitando esses trâmites para os combatentes estrangeiros e simplificou ainda mais o processo em maio de 2023. Agora, o novo decreto torna o processo ainda mais rápido, reduzindo o tempo para obtenção da cidadania de três meses para não mais do que um mês, em comparação com as normas anteriormente em vigor.
Relatos de ações da polícia russa em cidades onde imigrantes são alvos têm surgido. Os detidos nessas operações receberam ofertas ou mesmo foram pressionados a assinar contratos com os militares. Além disso, aqueles que adquiriram recentemente a cidadania também foram solicitados a comparecer aos escritórios de alistamento para determinar se deveriam ou não prestar serviço militar.
Em dezembro, a Rússia contava com 1,32 milhão de soldados, de acordo com seus próprios números. No entanto, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmou que seriam necessários 1,5 milhão de militares para garantir o serviço necessário para o país.
O movimento de Putin levanta preocupações sobre a utilização de imigrantes como um meio de suprir as necessidades militares do país, além de gerar polêmica sobre os métodos empregados para recrutar estrangeiros. Esse decreto pode ter impacto não apenas no cenário interno russo, mas também gerar repercussões internacionais, especialmente no contexto do conflito em andamento com a Ucrânia.
A ação do presidente russo coloca em foco a situação dos imigrantes na Rússia e sua potencial utilização como recurso militar em um conflito externo. Essa mudança nas regras para obtenção de cidadania revela a busca por soluções para a crescente demanda por pessoal militar no país, mas também levanta questões sobre os direitos e a integração dos imigrantes na sociedade russa.
