Em um vídeo publicado em suas redes oficiais, o presidente se refere ao local como “sagrado para os descendentes de escravos que vieram para o Brasil”. Lula ressaltou a importância de relembrar este período histórico do Brasil, destacando que é através do não esquecimento que a história do país pode ser construída.
Durante a visita, Lula teve a oportunidade de conversar com membros da comunidade e também de observar as ruínas de uma senzala, que remete a um período sombrio da história do país. As terras visitadas por Lula, onde a comunidade quilombola de Marambaia está localizada, pertenceram ao traficante de escravos Joaquim José de Souza Breves, conhecido como Comendador Breves. O fazendeiro atuou no tráfico de pessoas entre os anos de 1837 a 1852, utilizando a propriedade para manter os escravizados antes de serem enviados aos cafezais.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estado do Rio de Janeiro possui 20.344 quilombolas. O território quilombola de Marambaia foi titulado pelo Incra em outubro de 2015, e a comunidade é composta por 124 famílias, representadas pela Associação da Comunidade dos Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia.
Além disso, a comunidade é reconhecida por suas atividades culturais, com destaque para o Grupo Cultural Filhos da Marambaia, que realiza apresentações de jongo, capoeira, danças de roda e palestras. O grupo também participa de festas tradicionais na região e já representou o quilombo fora do Brasil.
É importante ressaltar que o território da Restinga da Marambaia possui restrições à visitação pelo público, uma vez que uma parte dela é de uso privado da Marinha. A comunidade também realizou ações de limpeza e preservação da natureza local, bem como a negociação da titulação do território.
A visita de Lula ao território quilombola de Marambaia representa um marco na defesa dos direitos e na preservação da cultura das comunidades quilombolas no Brasil. Através do diálogo e do resgate da história, espera-se que o presidente possa contribuir para a construção de um Brasil mais igualitário e digno para todos os cidadãos.