Para o presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles, a portabilidade trará maior controle ao consumidor, permitindo que ele seja dono da própria dívida, com condições de negociar e sem o risco tão grande de ficar preso na bola de neve do cartão.
No entanto, os especialistas recomendam que os consumidores comparem as propostas entre as instituições financeiras antes de negociar condições mais favoráveis, pois sempre que o crédito vai para análise é possível conseguir uma taxa menor. Assim, é importante conversar com um gerente ou outro agente financeiro e negociar condições mais vantajosas.
Além disso, a professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund, aconselha os consumidores a não aceitarem a primeira proposta oferecida nas faturas ou nos aplicativos das instituições financeiras. Ela recomenda as ofertas de cooperativas de crédito, que oferecem condições melhores que os bancos.
Para o diretor Executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, a portabilidade precisa ser acompanhada do repasse de informações corretas aos consumidores e de investimento em educação financeira. Tanto a portabilidade quanto a transparência nas faturas foram regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de dezembro.
A partir de 1º de julho, as faturas dos cartões de crédito deverão trazer uma área de destaque com informações essenciais, como valor total da fatura, data de vencimento e limite total de crédito. Além disso, deverá ser oferecida uma área de pagamento e uma área com informações complementares, como lançamentos na conta de pagamento, identificação das operações de crédito contratadas, juros e encargos cobrados, entre outros dados.
A medida da portabilidade da dívida com o rotativo e com o parcelamento da fatura para outra instituição financeira que oferecer melhores condições de renegociação traz um novo cenário para os consumidores e uma maior possibilidade de negociação, trazendo, assim, maior liberdade financeira para os usuários de cartão de crédito.