Segundo a Polícia Federal (PF), esse é o menor número de armas de fogo para defesa pessoal registradas desde 2004, quando foram contabilizados 4.094 registros pelo órgão. As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na PF, com 14.277 cadastros feitos em 2023, seguidas por espingardas (2.309 registros) e rifles (2.215).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou sobre a queda nos registros de armas de fogo por civis, destacando que a diminuição do número de crimes violentos letais intencionais é uma combinação muito relevante para o país. Ele ressaltou que essa redução prova que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade, mas sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente e com planejamento adequado, além de políticas de justiça social, como exemplo de escolas de tempo integral.
A queda no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorre após o governo federal adotar medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis, além de um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.
A gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, explicou que a redução no registro de armas por civis é principalmente resultado da política mais restritiva adotada pelo governo. Ela destacou que a mudança de normativa no ano passado foi um dos fatores mais influentes, citando os decretos e portarias emitidos pelo governo anterior, facilitando o acesso às armas de fogo.
A queda nos registros e a política de maior restrição às armas foram consideradas positivas para o país, mas Natália ressaltou a importância de melhorar a fiscalização para as pessoas que já têm armas de fogo. Ela destacou a necessidade de implementar um programa de recompra de armas que estão em posse de civis, com valores atraentes, além de uma melhor regulamentação e atualização dos valores para a campanha de entrega voluntária de armas. Defendendo também a transferência de competências de fiscalização do Exército para a Polícia Federal.