Durante os nove primeiros meses do ano, a Caixa registrou um crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período de 2022, atingindo a marca de R$ 1,091 trilhão. Enquanto isso, o Banco do Brasil apresentou uma expansão de 10%, totalizando R$ 1,066 trilhão. Em comparação, o Itaú Unibanco, que também possui mais de R$ 1 trilhão em operações, teve um crescimento de 5,7% no mesmo intervalo, evidenciando a diferença de desempenho entre os bancos públicos e privados.
O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, destacou que o crédito imobiliário foi uma das modalidades direcionadas que impulsionou o crescimento do banco em 2023, com um aumento de 14,6% até setembro. Já o vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince, ressaltou que o banco manteve o apetite de risco ao longo do último ano, fator que contribuiu para o seu desempenho.
Os fatores que sustentam o crescimento dos bancos públicos estão relacionados às principais carteiras de crédito que possuem, como o mercado imobiliário e agrícola, que apresentam garantias e menor índice de inadimplência. Em contrapartida, nos bancos privados, há uma maior presença de linhas de financiamento ao consumo, que carregam um maior risco.
Ao tomar em consideração a expansão dos bancos públicos, é necessário atribuir parte desse desempenho ao contexto político e econômico do país. A troca de governo e as políticas favoráveis ao crescimento das instituições públicas no mercado de crédito também contribuíram para as expectativas positivas em relação ao futuro dos bancos públicos.
Ademais, as instituições públicas estão em uma posição mais vantajosa em relação ao capital, que permanece acima dos pares privados. Além disso, possuem acesso a fontes de financiamento baratas, como a poupança e depósitos à vista, fatores que colaboram para o crescimento das carteiras dos bancos públicos.
Na visão do vice-presidente de Controles e Riscos do BB, o banco não alterou sua estratégia de concessão de crédito, concentrando o crescimento em linhas mais rentáveis e com melhor retorno ajustado ao risco. Em contrapartida, os bancos privados reduziram as concessões de determinados produtos, alegando que as taxas não cobriam os custos, o que acabou beneficiando os bancos públicos.
Em resumo, as projeções indicam um cenário positivo para os bancos públicos no futuro próximo, com expectativa de continuarem a liderar o crescimento em relação aos bancos privados. No entanto, é importante ressaltar que tais previsões estão sujeitas a fatores de mercado e regulatórios que podem influenciar as tendências futuras.