De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a Pasta tem feito concessões assimétricas a outras categorias, como os policiais federais e auditores da Receita Federal, enquanto teria demonstrado apenas “enrolação” em relação ao BC. Segundo o sindicato, os servidores têm sentido a diferença de tratamento e decidiram cruzar os braços como forma de protesto.
O movimento paredista não é uma novidade, uma vez que os servidores do BC já têm diminuído o ritmo de trabalho nos últimos meses, causando atrasos nas divulgações de dados estatísticos da entidade. Eles alegam que a operação padrão também atrasará a entrega de atualizações e novas funcionalidades em temas importantes para a instituição, como é o caso do Pix.
Como forma de intensificar a pressão sobre o governo, a categoria promete iniciar o processo de entrega de funções comissionadas a partir desta sexta-feira, 29. Os servidores detentores dessas funções vão assinar uma lista na qual se comprometem a entregar suas comissões caso as negociações com o governo não avancem. Essas funções costumam ser gratificadas e a atitude busca dificultar a administração do Banco Central.
Entre os principais pleitos dos servidores do BC estão a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional, reajuste nas tabelas remuneratórias, exigência de nível superior para o cargo de Técnico e mudança do nome do cargo de Analista para Auditor. O Sinal, representante da categoria, destaca que a greve pode resultar em atrasos e não entrega de serviços, prejuízo à manutenção do Pix e impacto na conclusão de projetos em curso.
O presidente do Sinal, Fábio Faiad, ressaltou a importância do Banco Central para a estabilidade econômica do país e a responsabilidade do governo em considerar equitativamente todas as carreiras estratégicas. Ele reforçou a disposição dos servidores em defender seus direitos e pediu uma resposta urgente do governo para corrigir as disparidades.
Diante desse cenário, a expectativa é de que a paralisação tenha um forte impacto em todos os serviços do órgão, com repercussões para o atendimento ao mercado e ao público. Além disso, há a possibilidade de adiamento e suspensão de atividades com a participação dos agentes do mercado financeiro.
A greve no Banco Central é mais um capítulo na série de paralisações que vem ocorrendo em diversos setores do funcionalismo público em busca de melhores condições de trabalho e valorização das carreiras. O desenrolar dessa situação e as possíveis negociações entre o governo e os servidores do BC devem continuar em destaque nas próximas semanas.