Desde o início dos ataques de Israel em resposta aos atentados terroristas do Hamas em outubro, o número de mortos e feridos tem aumentado rapidamente. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 20,6 mil pessoas morreram e 54,5 mil foram feridas. A ONU descreve as condições humanitárias em Gaza como catastróficas, com quase todos os 2,8 milhões de habitantes sendo deslocados.
O cenário interno e externo pode ditar os rumos da ofensiva, de acordo com o professor Michel Gherman, do Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém. Ele destaca que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressões internas para manter-se no poder, e a prolongação da guerra pode ser parte de sua estratégia para se manter no cargo.
Além disso, o envolvimento regional, com o risco de outros grupos armados se envolverem no conflito, também preocupa os especialistas. O professor Gherman observa que a guerra em Gaza pode se transformar em uma guerra regional, envolvendo países como o Líbano e o Iêmen, o que tornaria a situação ainda mais volátil e perigosa.
A política dos Estados Unidos em relação aos conflitos no Oriente Médio também tem um papel importante, de acordo com os especialistas. O presidente Joe Biden enfrentará eleições em 2024 e tem interesse em resolver a situação rapidamente para poder se concentrar em questões internas. Além disso, as negociações e pressões para o fim da ofensiva na Faixa de Gaza também estão em andamento, com a mediação do Egito e a tentativa de negociação por parte do líder do Hamas.
No entanto, o prolongamento da ofensiva por parte de Israel levanta questões sobre as possíveis consequências a longo prazo. Especialistas alertam que a guerra em si pode levar a uma radicalização tanto da sociedade israelense quanto da sociedade palestina, o que poderia enfraquecer ainda mais as perspectivas de solução política para o conflito.
Portanto, enquanto o cenário político e militar na região permanece complexo e incerto, as atenções continuam voltadas para a evolução da situação em Gaza e as possíveis repercussões para todo o Oriente Médio.