Lixo volta a poluir o rio Pinheiros um ano após comemorações de despoluição da Sabesp

O Rio Pinheiros, que havia comemorado a despoluição há um ano, voltou a apresentar um cenário desolador, com a presença de montes de lixo flutuando na superfície e ocupando suas margens. Um ano após a comemoração da Sabesp, a paisagem degradada voltou a assombrar a região, trazendo consigo um forte mau cheiro e manchas de óleo, além de detritos em decomposição.

As ações de despoluição do Programa Novo Rio Pinheiros, que vinham melhorando a situação gradativamente desde 2019, agora parecem ter retrocedido. Responsáveis pela manutenção do rio e seu entorno, o Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, alegaram que as alterações observadas podem ter sido causadas pelo período chuvoso, que resulta em um maior volume de lixo escoado.

No entanto, as ações da Sabesp revelam um cenário contraditório. Desde 2019, mais de 650 mil imóveis que despejavam esgoto no rio Pinheiros foram conectados à rede de tratamento da Sabesp, em um esforço do Programa Novo Rio Pinheiros para melhorar a condição do rio. Além disso, o Programa Integra Tietê, lançado recentemente, prevê um investimento de R$ 5,6 bilhões em tratamento de esgoto, desassoreamento e melhoria no sistema de monitoramento da qualidade da água até 2026.

No entanto, frequentadores da ciclovia Franco Montoro e do Parque Linear Bruno Covas, localizados às margens do Pinheiros, relataram que o rio voltou a apresentar sinais de degradação. Um engenheiro que frequenta a ciclovia da margem leste há mais de dez anos observou uma diminuição na circulação das balsas de desassoreamento e no trabalho de limpeza das margens. Além disso, uma fisioterapeuta que pedala na região há cinco meses notou uma piora na sujeira e no cheiro, além do problema causado pela obra de contenção das margens.

Apesar disso, há relatos de aumento da fauna desde o início das ações de despoluição do rio. Capivaras, preás, quero-queros e peixes foram avistados na região, sinalizando uma possível melhoria no ecossistema local. No entanto, a presença de peixes exóticos, como tilápias e bagres africanos, indica que o rio ainda sofre com a baixa qualidade da água e a falta de oxigênio.

A triste realidade do Rio Pinheiros, que parecia estar caminhando para a recuperação, agora dá lugar a um cenário de retrocesso ambiental, mostrando que ainda há muito trabalho a ser feito para a despoluição efetiva do rio e a recuperação de seu ecossistema.

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