No seu primeiro ano como governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, tem protagonizado polêmicas em sua gestão, principalmente na área da educação. Seguindo a cartilha adotada durante sua atuação no estado do Paraná, Freitas tem investido em medidas de digitalização e descontinuidade das políticas educacionais implantadas pelo governo tucano anterior.
Uma das principais decisões foi a escolha do empresário Renato Feder para chefiar a educação paulista, devido ao seu sucesso em colocar o estado do Paraná no topo do Ideb (indicador de avaliação do ensino nacional) por meio do uso de ferramentas digitais. Com isso, Fedor decidiu replicar as mesmas medidas em São Paulo, promovendo a digitalização das escolas e enfatizando o uso de aplicativos, plataformas e jogos digitais em sala de aula, bem como uma priorização de material digital em slides.
No entanto, especialistas têm alertado que o processo acelerado de digitalização desconsidera a realidade das escolas paulistas, muitas das quais não possuem acesso à internet de qualidade ou o número suficiente de computadores para os alunos.
Além disso, outra polêmica foi a tentativa do governo de abandonar os livros didáticos impressos em favor de materiais digitais produzidos pela própria equipe do secretário, uma medida que causou forte resistência por parte dos professores. Após críticas e erros encontrados nas apostilas digitais, o governo teve que recuar parcialmente, voltando a aderir ao programa nacional para continuar recebendo os livros impressos e mantendo a produção e envio de slides para uso nas aulas.
Outra medida que tem gerado polêmica é a desaceleração da política de expansão de matrículas em tempo integral, proposta pelo ex-governador Doria, bem como a redução das opções de itinerários formativos no ensino médio, trazendo insegurança e preocupação em relação ao acesso dos alunos mais vulneráveis.
Para os próximos anos, o governo planeja investir na instalação de wi-fi, renovação do parque de switches e firewalls e na oferta de mais notebooks e tablets, visando dar continuidade ao processo de digitalização do ensino.
Os críticos, no entanto, questionam a eficácia das medidas adotadas, alertando que os resultados obtidos no Paraná podem não ser aplicáveis ao complexo cenário educacional de São Paulo. Além disso, o impacto da pandemia na avaliação do Ideb tem colocado em xeque a real efetividade das ações do governo.
Fica claro que as medidas controversas adotadas pelo governo Tarcísio de Freitas no campo da educação têm gerado debates e preocupações em relação à sua eficácia e adequação à realidade das escolas paulistas. Com um cenário educacional complexo e repleto de desafios, a gestão do governo continua sendo alvo de críticas e questionamentos por parte de especialistas e educadores.