Marina Silva, uma das mais respeitadas ambientalistas do mundo, foi nomeada ministra pelo presidente Lula como um símbolo do compromisso do Brasil com a proteção ecológica e a transição verde. No entanto, a resistência dentro da própria administração de esquerda e, especialmente, do Ministério de Energia e da Petrobras estatal, torna a missão de Silva ainda mais desafiadora. Isso porque o plano de energia do governo brasileiro tem como objetivo tornar o país o quarto maior produtor de petróleo do mundo, à frente de potências como Irã, Canadá e Kuwait.
Enquanto a ministra do meio ambiente defende a limitação da exploração de petróleo em prol da transição energética, o ministro de energia do Brasil, Alexandre Silveira, argumenta que as receitas do petróleo podem auxiliar no financiamento da transição para a energia verde. No entanto, a postura do Brasil em relação aos combustíveis fósseis tem gerado ceticismo internacional, principalmente devido ao pedido do presidente Lula para que as nações ocidentais assumam um maior ônus financeiro para proteger a Amazônia e o meio ambiente global.
Apesar do governo brasileiro ter reduzido o desmatamento ilegal na Amazônia e alcançado resultados positivos em outros setores, a ministra Marina Silva ressaltou a necessidade de continuar avançando nas metas de redução de CO₂ em setores como energia, indústria, transporte, uso da terra e agricultura. A tensão entre os esforços para proteger o meio ambiente e as necessidades econômicas do país continua sendo um desafio complexo para a administração do presidente Lula. A visão de Marina Silva em relação à limitação da exploração de petróleo coloca em pauta a necessidade de um debate sério e a busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.